sexta-feira, 30 de março de 2007

Velhos protestos


Em Santiago, Chile, e no Rio, Brasil, a causa era a mesma, assim como a confusão. Estudantes parando o centro das duas montanhosas cidades para reclamar de mudanças no sistema de transporte. Aqui, contra o fim do passe livre; lá, contra a diminuição do número de ônibus na cidade e em celebração ao dia do jovem combatente (em homenagem a dois jovens mortos pela ditadura de PInochet).

Em ambas, passeatas que terminaram em quebra-quebra e vários presos, além de vários vidros depedaçados e bombas explodidas.

terça-feira, 27 de março de 2007

Novos protestos


Há muito se fala da face política da internet. Na rede se pode organizar, via listas de discussões, blogs ou qualquer outra ferramenta, protesto contra tudo e contra todos. O youtube é a mais recente novidade. Fala-se que é mais fácil protestar em vídeo em países de governo autoritário, pois as chances de ter a polícia no pé são menores.

Daí também vem a pergunta: qual o futuro das manifestações, daquelas na rua, com faixas e barulho? Morrerão? Serão substituídas em adesão e eficiência por aquelas feitas em rede, via internet?

Seja lá qual seja a resposta, espero que não seja como uma surgida na Alemanha. Lá, é possível contratar manifestantes. Não que aqui não seja possível, mas lá a coisa é mais profissional mesmo. Há até um site (erento.com) para isso, uma espécie de mercado livre que inclui manifestantes abertos a qualquer causa. Custo médio de 150 euros por pessoa. Ou seja, um protesto de mil pessoas, o que não é lá grande coisa, sai por módicos R$ 500 mil.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Segredos do teste

Câmeras de boa qualidade ou não; fotos nítidas ou borradas; relação custo/benefício; peso; fabricante; uso ideal...

A Cnet tem um dos melhores sistemas de testes de eletrônicos da internet, em especial de câmeras. Aqui eles revelam como fazem as avaliações.

A coisa lá é séria, tem embasamento científico e tudo. Não é coisa do tipo 'o repóter-saiu-fotografando-e-diz-o-que-achou'.

Escravos da dívida


Não só aqui no Brasil as pessoas andam endividadas. Nos EUA, o consumo desenfreado, abastecido pela facilidade de crédito, tem levado a classe média à bancarrota. O resultado são empréstimos para pagar empréstimos, que levam os bancos ao paraíso ao mesmo tempo em que as financeiras, vez ou outra, criam pânico por medo de calote.

É o que mostram duas matérias do Alternet, site "progressista" dos EUA. Diz um dos textos que enquanto os salários tiveram aumento real de 1% nos últimos anos, as dívidas cresceram 1000%. "Como resultado, não poupamos mais. Não temos escolha a não ser continuar gastando até nosso crédito se exaurir e não termos nada", diz o capítulo do livro Maxed Out, de James D. Scurlock. Há um longa-metragem de mesmo nome que mostra o drama das famílias endividadas.

Scurlock afirma que hoje a taxa de falência familiar é dez vezes maior do que durante a Grande Depressão, nos anos 30. Ou seja, em algum momento, a financeira deixa de receber a hipoteca da casa ou a parcela de pagamento. As instituições não pedem muitas garantias, ao contrário das brasileiras. Emprestam e depois cobram. Se não pagarem, já era. Essa foi uma das causas do pânico das bolsas há algumas semanas. Se as financeiras ficam sem dinheiro, os empréstimos diminuem, os americanos compram menos e a economia mundial tropeça.

Mas por quê isso acontece? De acordo com o autor, irresponsabilidade financeira aliada ao incentivo a sonhos inalcançáveis e a empréstimos fáceis de instituições de crédito duvidosas e extorsivas. Um empréstimo de 3200 dólares pode facilmente ser quitado por seis mil, diz o norte-americano.

Reconhece algo que acontece por aqui? Isso pode dar certo?

sexta-feira, 23 de março de 2007

Banho de cerveja



Taí uma idéia interessante, para não dizer estranha. A cervejaria Chodovar (que existe desde 1573!), da República Tcheca, abriu um spa para relaxar os beberrões. Até aí, nada demais, a iniciativa não é tão inovadora assim. A novidade é que os banhos relaxantes são dados com cerveja, ao invés de água. Cerveja quente, como eles gostam.

"O verdadeiro banho de cerveja é tomado em uma banheira de reabilitação e possui temperatura de 34 graus. Consiste em água e água mineral Il-sano na proporção de um para um. O principal ingrediente é cerveja preta de banho, que é produzida de maneira tradicional, baseada em método original registrado e feita pela cerejaria da família Chodovar. Quando se entra na banheira, tudo é coberto pela característica espuma cor de caramelo e a área fica com cheiro de fragância de cerveja preta recém-tirada".

Uma sessão de 20 minutos custa 550 coroas tchecas, uns 55 reais. Fora a passagem, claro.

Segundo a Chodovar, faz bem para a pele, para a imunidade do corpo e rejuvenesce.

quarta-feira, 21 de março de 2007

50 razões


- Pequena burocracia (menos funcionários que a BBC)

- Praias e rios mais limpos

- Países antes pobres agora um pouco ricos

- Mais ajuda internacional

- Restaurantes mais cosmopolitas

- Franceses comendo carne britânica

- Férias de quatro semanas

- Passaportes para animais de estimação

- Facilidades para a juventude viajar e estudar fora de seu país

É o Independent listando as 50 razões para adorar os 50 anos da União Européia. Entre os motivos, piadas e coisas sérias, como se pode ver. Entre elas, a 50a, "listas como esta deixam os eurocéticos furiosos".

segunda-feira, 19 de março de 2007

Casa verde



Ninguém discute que a construção de imóveis "verdes", ou seja, feitos apenas com materiais certificados, aproveitando o máximo da luz natural, reutilizando água etc, é mais cara do que um imóvel tradicional. Questão de escala e atenção, basicamente.

A longo prazo, porém, essa conta pode ser empatada ou mesmo invertida. E não há nada de mais longo prazo do que um imóvel.

Uma pesquisa feita nos EUA por uma organização ligada a construções limpas, o U.S. Green Building Council's Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), mostra isso. De acordo com o estudo, uma casa ecologicamente correta pode ter orçamento de um a 6,8% mais elevado do que uma tradicional. O percentual varia de acordo com o grau de "correção".

A variação foi considerada mais baixa do que o esperado. Melhor: o retorno em economia de água, luz, entre outros, é de dez vezes o valor investido. Se para cada metro quadrado construído forem colocados quatro dólares a mais ao pensar no projeto ecológico, a economia em 20 anos chega a 40 dólares por metro quadrado. Vale a pena, não?

Se a preocupação não for com o bem-estar geral, ao menos com o próprio bolso. O problema é que, de acordo com o líder da pesquisa, as pessoas não querem gastar a mais na hora de levantar suas casas e raramente pensam no futuro.

Eis, então, que outro estudo pode ajudar a manter o otimismo, ao menos em relação aos EUA. A I-rep, pesquisa bianual do instituto de pesquisa Ipsos sobre responsabilidade social corporativa, mostra que a preocupação dos norte-americanos com o meio ambiente vem crescendo. Dos respondentes, 45% afirmam que as grandes empresas deveriam priorizar a proteção ao meio ambiente em suas ações -incluídas aí as imobiliárias.

Nem tudo está perdido.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Só pra constar

O Flickr agora permite a criação de "subsets", ou coleções, como eles preferem. Demoraram, mas fizeram. A notícia ruim é que, por enquanto, só para quem paga os, digamos, honestos 25 dólares anuais.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Dividida pelo dinheiro

"Uma cidade de contradições nuas, desigualdade intensa; uma cidade de muros". É a São Paulo descrita no Independent, de Londres.

O de sempre: de um lado a Paulista e suas corporações milionárias; de outro, a pobreza. No caso, da ocupação de uma antiga fábrica de tecidos, a Prestes Maia, onde vivem duas mil pessoas.

Como diz o repóter, "dividida pelo dinheiro".

A Grande Muralha da China


Todo ano a China é criticada em relatórios de liberdade de expressão por não autorizar o acesso a qualquer site da grande rede mundial de computadores. A wikipedia, por exemplo, é vetada, assim como páginas relacionadas à proteção de direitos humanos.

Agora inventaram um site que diz se uma determinada página está disponível para navegação no país oriental.

É o Great Firewall of China. Foi idealizado por duas pessoas: o cineasta chinês Yan Ting Yuen e o designer holandês Jonas Vorwerk, com apoio de algumas fundações européias.


Vá lá e veja se seu site pode ser lido por algum chinês. Este blog até agora não foi vetado no país vermelho.

Riso artificial


Pra quem não consegue rir somente pelo que vê e ouve, já há solução. E na Inglaterra, a solução vem em forma de balão e custa duas libras, uns oito reais. A nova moda dos clubs londrinos é aspirar laughing gas aka óxido nitroso, diz matéria da Folha.

Será mesmo que os ingleses não têm do que rir? Será que a moda chega por aqui?

sexta-feira, 9 de março de 2007

No dos outros...

Há pouco tempo, o presidente da Apple, Steve Jobs, fez um discurso no qual criticava a indústria fonográfica por levar adiante o Digital Restrictions Management(DRMs), um padrão que proíbe a cópia de arquivos de áudio e vídeo na internet. Recebeu muitos aplausos por isso.

Jobs esqueceu de dizer, porém, que sua empresa também utiliza um formato que não é utilizável fora dos Ipods, fabricados pela própria. Sendo assim, a Free Software Foundation lançou um abaixo-assinado que pede ao bilionário da Apple que sustente sua posição. Ou seja, transforme o discurso em ação e faça o Itunes deixar de ser exclusivo de produtos "maçã".

O prazo para assinar é, como não podia deixar de ser, 1 de abril.

Inexistentes


Turnos de 12 horas, salário de R$ 400, acomodações lotadas e sujas, calor absurdo. O Guardian lembra o que está por trás da tal "indústria limpa" brasileira do álcool. Prevê-se que a produção aumente 55% em seis anos para atender o aumento da demanda do mercado norte-americano e europeu. Será que algo muda nisso?

Como diz a matéria, "eles não têm direitos e não podem reclamar com ninguém -de certa forma, não existem".

quinta-feira, 8 de março de 2007

Então...

parcela. Essa é a resposta-padrão de todo vendedor desde que os bancos perceberam que emprestar dinheiro para o comércio era uma boa. A dívida é o paraíso. Juros altos, lucros ainda mais.

Em qualquer loja, de roupas a eletrodomésticos, não adianta dizer que não tem dinheiro para comprar. A réplica é sempre a mesma: "parcela, ué". Chega-se ao cúmulo de parcelar valores ínfimos, como cinco reais. "Dá pra parcelar?", pergunta sempre o consumidor. "Em até cinco vezes". Logo, por que gastar agora o que se pode gastar depois? Mesmo que isso signifique descontrole financeiro nos meses seguintes.

Faça a conta, entretanto. Se pedir desconto para pagar à vista, quase sempre a resposta é positiva. Às vezes, até 10, talvez 15%. Não há rendimento tão eficiente.