O momento é de reorganização. Nos últimos dias, a cabeça ia para um lado, o coração para outro, os pensamentos iam e voltavam, circulavam, não chegavam a lugar nenhum. Agora, a fonte de pensamento se foi, é preciso renová-la.

Francisco nasceu no interior da Paraíba, mudou-se ainda bebê para o Pernambuco vizinho e por lá ficou até criar o bigode que tanto valorizava. Antes de ter pelo na cara, trabalhou no que pode. Ajudou o patriarca, seu Luis, a cortar cana; ordenhou cabras com a dona Maria, comeu as costelas de bode que pode. Quando o sítio não foi mais suficiente para dar encher a boca dos irmãos, foi para cidade pequena procurar emprego. Com onze era apontador de jogo do bicho. Quando Jânio disse que os números se tornariam contravenção, largou a venda e foi vender outros bossas.

Os cálculos, porém, o encantaram. Já de barba, bigode e o cigarro que o tornavam um cabra de verdade, foi para São Paulo. Subiu no caminhão, chegou a Recife e rodoviou no Sul Maravilha. Vendeu borracha na Penha e com uma parte do material que comercializava apagava os erros que cometia na escola. Demorou, mas se formou.

Cuidadoso nas despesas, trouxe a primeira irmã, a segunda, o irmão, a mãe, o pai e o caçula para a cidade grande. De dia,no balcão, à noite, na cadeira, estudando. De madrugada, mantendo a família unida e revisando o que tinha ouvido na faculdade de meio dos anos 70.

Passados vinte e muitos anos, virou economista. Com diploma e tudo, para alegria da Dona Maria, que até hoje pouco entende de número, mas sabe de cor as contas que o filho fazia para sustentar os recém-chegados Medeiros. As músicas do Gonzagão embalavam seus dias e, insatisfeito com o fim da faculdade, continuou a ler. Numa dessas aulas da vida conheceu uma professora. A paixão de ambos pelas áreas rurais do Brasil grande os fizeram viajar. Subiram. De vida e cidade. De São Paulo para o Rio. Da Zona Leste à Sul. Do Tietê ao Carioca.

Na Cidade Maravilhosa, fez família, empregou-se e foi feliz. Gritou diretas, já, e chorou de alegria quando Lula chegou lá. Afinal, vendeu estrelas vermelhas para fazer aquele barbudo como ele, pernambucano como todos, chegar lá. Era tarde, porém, para refazer aquela vida. A crise provocada pelo narigudo de Alagoas (o que desonrava a "raça") o fez ficar sem emprego pela primeira vez em 40 anos. E da crise não saiu.

De médico, tinha pânico. Em algum lugar do passado, pessoas de branco foram temidas. e assim continuaram até não suportar mais. Aceitou conhecer um doutor e no mesmo dia foi para o hospital. De lá só saiu para, como diz a mãe, descansar com Nossa Senhora.

E por lá vai ficar. Em paz. Provocando saudade nos dois filhos de Francisco.

Itálico e atrevido

Eu vim para confundir, não para sublinhar.

Me lembrei de Chacrinha, nem sei por quê. Mas dá um bom mote pra começar a escrever por aqui. Sou visita, por mais que o dono do pedaço me diga que sou de casa. Não tenho cara-de-pau suficiente pra chegar e ir logo abrindo a geladeira, mudando o canal da TV... vamos com calma, né?

Então como é que eu posso batucar neste teclado pela primeira vez e já pensar em sublinhar alguma coisa? Impensável! Não sublinho!

Prefiro tatibitatear, inclinar a cabeça, o corpo... cair suave pro lado direito... assim. Daí é só seguir o ritmo, dançar conforme a música. Tudo com a maior parcimônia.

Porque eu sou bold, mas não sou besta.

Once again...

Um ano depois de prometer e não cumprir, chegou a hora de me redimir. Quem sabe agora, com ajuda, isso aqui não anda?

Um ano é muito tempo, sobretudo na internet. Curioso retormar o blog e ver que dos oito blogs que estavam ativos anos atrás, somente três permanecem atualizados. A culpa diminui. É um problema geral --falta de tempo, interesse, ajuda, audiência, retorno, dinheiro. Vários poréns em um só.

As coisas, contudo, mudam, a roda é viva e nela seguimos.

A ver.

Mais uma promessa. Mais uma tentativa.

Ainda sem tempo

mas estou de volta. Posts rápidos e descuidados, mas os textos continuam sublinhados.

Hawaians at Amazon

Provavelmente, supresa só para mim, que não procuro chinelo na Amazon. Vale? Que isso? Globalização se chama Havaianas!

Interatividade forçada

Um dos indícios de popularidade e qualidade de um blog é a quantidade de comentários feitos em cada post. Isso mostra que o assunto é interessante e o texto, bom o suficiente para fazer alguém apertar alguns botões para opinar --nem que seja besteira.

Lendo muitos blogs, digamos, "corporativos", aqueles hospedados em grandes portais de notícias, vejo que os mais comentados são justamente os que não clamam por interatividade. Muitos blogueiros calouros, provavelmente orientados por palestrantes que disseram que internet é igual a interatividade, terminam seus textos com um chatíssimo e desestimulante "e você, internauta, o que acha disso?" O resultado é sempre o mesmo: contagem de comentários igual a zero.

O texto, realmente, é diferente. Tem que, além de informar, estimular o debate. Criar polêmica. Para isso, é preciso ter opinião, o que nem todo jornalista possui(para o bem e para o mal).

Enfim, comentário só para tirar um pouco da poeira...

Vai entender

Quando uma pessoa precisa de marca-passo para sobreviver, ainda mais quando a ordem de pôr um vem quando ela está no CTI, pressupõe-se que a operação deva acontecer o mais rápido possível.

Pois o plano de saúde Geap acredita que por "mais rápido possível" englobe "passar por um processo de licitação sem data para ocorrer".

Enquanto isso, me explique: como o coração continua a bater?

Princesinha do ar

Sim, do ar. Ao que parece, Copacabana terá acesso gratuito à internet via wi-fi, como informa o G1. E em um ano e meio, a todo o estado do Rio. Como segue:

"Moradores, comerciantes, turistas e quem quer que esteja passando por Copacabana a partir da próxima quinta-feira (3) vai poder utilizar banda larga de graça. A partir das 10h, o Secretário estadual de Ciência e Tecnologia Alexandre Cardoso e o governador Sérgio Cabral vão lançar o sistema Wi-Fi no bairro, em palco montado em frente ao Copacabana Palace.

A princípio, o sistema cobrirá apenas a Avenida Atlântica, em toda a sua extensão, e se estende até a Nossa Senhora de Copacabana, que é a primeira parelela a Atlântica. A partir do lançamento, quem estiver munido de um computador, seja ele convencional ou laptop, não precisará mais pagar o acesso à banda larga.

Segundo Alexandre Cardoso, o sistema Wi-Fi chegará a todo Estado em, aproximadamente, 18 meses, totalizando um investimento de mais de R$ 40 milhões."

Partindo do princípio de que é tudo verdade, fico pensando na evolução. Há dois anos, escrevi isto aqui: "No Brasil, ainda não há nenhuma cidade com planos de cobrir grande parte de sua área e liberar o acesso, mesmo quando pago. A maior dificuldade é financeira, uma vez que a legislação permite a exploração não comercial de serviços de wi-fi sem a necessidade de licença da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)."

Era o lide de uma coordenada desta aqui.

O sotaque da Net

A Net entrou na onda do serviço automático de atendimento. Antes, quando o sinal caía, era preciso ouvir o lenga-lenga de "para reclamar, tecle um", para "assinar serviço, tecle dois" e daí por diante. Agora, a empresa das organizações Globo atende com uma simpática gravação, daquelas em que o assinante é obrigado a dizer o que deseja.

"Bom dia, a Net agradece sua ligação"

É claro que a mensagem segue o sotaque da matriz, São Paulo, e tem dificuldade para reconhecer jeito carioca de falar. O sotaque paulistano é demonstrado logo no começo da explicação do serviço, após o bom dia da Net. Como todo nascido em Sampa, a frase é iniciada e pontuada por "intão". Anasalado, obviamente.

"Intão, você pode me dizer o que deseja?"

Já irritado com a falta de serviço, o "net" carioca praticamente chega ao desespero com essa espécie de letra maiúscula das frases de São Paulo.

E não tente falar com a máquina qualquer palavra terminada em S. O chiado da malandragem-otária carioca não é reconhecido.

"Problemash na conexão e no netchi fone"

"Intão, você pode repetir? "

Falando como um torcedor do Palmeiras ou do Corinthians, o serviço segue até, finalmente, uma pessoa de verdade falar contigo.

"Intão, senhor Marcelo, a Net agradece a sua ligação e lhe deseja um bom dia"

METAL!!!!

Globalização é isso aí:

O bicho do viado.

Ele é pedreiro e, como tal, não ganha bem. Como tal também faz o papel de macho. Afinal, o trabalho é pesado, cheio de homens em volta, com mulheres passando nas ruas das obras. Para se afirmar, é preciso afirmar a masculinidade. Assoviar para a morena, cuspir no chão, falar de futebol em alto e bom som.

Qual não foi a surpresa de seus companheiros de trabalho quando, no meio do descarregar de um caminhão, ele comentou:

-- Adoro o viado. Ele nunca me fez tão bem.

Com certeza o orçamento da obra não previa uma parada tão intensa nos trabalhos. Os peões interromperam seus afazeres e começaram a perguntar, abestalhados, "como assim?! Tá maluco?!". O engraçadinho, lá atrás, solta um "finalmente ele admitiu".

O pedreiro simpatizante então se explica:

-- É sério. Outro dia um viadinho no ônibus começou a me dar mole. Piscava, acenava, sorria. E eu, lá, puto da vida com a biba. Ela continuou, já estava prestes a levantar e dar uns tabefes nela -ou nele- sei lá, quando chegou o meu ponto e desci. Ela -ele- (irritado com as piadinhas e histórias que surgiram) ficou por lá.

"Ah, então foi paixão", gritaram os demais.

-- Nada, pô. Em frente ao ponto de ônibus tem uma banca do bicho. Pensei comigo, depois de tanto esse viado ficar me dando mole, algo tem que salvar meu dia. Vou fazer uma fezinha.

Que outro número podia ele apostar que não o 24? Foi o que fez. Pegou R$ 100, de irritado que estava com a insinuação (nunca fora vítima, sempre algoz.) e falou ao apontador:

-- Tudo no viado.

No dia seguinte, antes de ir ao trabalho, foi conferir o resultado. Pregado na árvore em frente ao ponto de ônibus, estava o papel com o código. Deu veado.

O mundo ganhava mais um simpatizante. E a obra, mais uma piada. E uma rodada de cana no fim do expediente.

Macho que é macho bebe cana, é bom deixar claro.

Cena carioca

Sinal fechado, 19 horas, Copacabana. A esquina lotada espera que o homem verde aparecer no semáforo para cruzar a pista. Todos ansiosos, querem chegar em casa. A pé, de bicicleta, de ônibus. A esquina está cada vez mais lotada faz alguns pisarem na rua. Um muxoxo --tsc, tsc-- pelo empurrão.

Alguém pega um cigarro. Quer relaxar, fazer o tempo passar enquanto carros e ônibus se sucedem na rua. O isqueiro, a chama, o primeiro trago, a primeira baforada. Um relaxamento. Logo adiante, outro muxoxo.

Uma tosse.

Um cuspe.

Um grito: "essa fumaça toda! Assim não dá!"

Outra tosse.

Outra cusparada.

Mais uma baforada despreocupada.

Um desabafo: "meu pulmão não é pinico! Vai fumar dentro de casa, desgraçada".

O sinal abre, todos atravessam com passos rápidos. A fumante toma a dianteira. O incomodado continua reclamando.

E todos seguem até a próxima esquina e a próxima reclamação.

A genialidade de Pelé

Não é só de dribles e gols que se faz o futebol. O esporte também é feito de malandragem e idolatria. Veja o vídeo abaixo e imagine se as mesmas pessoas dariam as mesmas declarações se o jogador fosse qualquer outro. "Coisa linda de se ver", como disse o Paulo César Caju. Ou, a "cotovelada perfeita".

Quem edita a Wikipedia

A imagem abaixo mostra, em tempo real, quem atualizada wikipedia. O projeto é de um estudante de tecnologia da universidade de Helsinque. Muito legal.

Tchau, Skype!

Um novo serviço ameaça o Skype. O Nonoh.net faz ligações de fixo para fixo, via internet, de graça. Não me pergunte como, mas ele resolve um problema que muita gente já me relatou -- a necessidade, nos telefonemas via computador, de ficar parado na frente do computador -- para não usar o Skype. Mesmo pagando mais barato.

O nonoh liga o seu telefone fixo a um outro do mesmo tipo de graça, via Voip. Basta se cadastrar no site, colocar o número da sua linha e a da pessoa com quem vc quer falar. No mesmo instante o seu telefone vai tocar, já chamando o outro lado. Tudo isso de graça. Por 120 dias e com limite de 300 minutos semanais, mas de graça. Nada que outras contas de email não resolvam.

Maravilha! Sobretudo pela regalia incluir o Brasil. Infelizmente, para celular a chamada é cobrada.

Ainda assim, vale a pena tentar.

Eu testei ligando para meu pai, um não adepto das novas tecnologias. Não contei nada sobre a metodologia e ele reclamou da qualidade da ligação. "Fica subindo e diminuindo o volume", disse. Mas bastou desligar os P2Ps aqui de casa que tudo ficou como uma ligação normal.

Pérolas de Recife II

Ligo para a mesma pousada para confirmar minha ida:

- OI, Márcio, estou ligando para confirmar que chego aí amanhã.

- Tá bom, seu Marcelo, mas o senhor pode deixar o telefone para caso haja algum problema?

- Claro, anota aí. O prefixo é do Rio, 21...

- Pronto, anotado.

- Mas eu nem disse o número do telefone.

- Pronto, fale então...

Pérolas de Recife

Ligo pra pousada pra pedir desconto:

- Oi, quem tá falando aqui é Marcelo. Eu queria saber se dava para baixar um pouco o preço do quarto...

- Marcelo, qual é mesmo o teu nome?

- (?????)...... Marcelo

- Então, Marcelo, fica difícil....

Há 70 anos era assim...

Constatação sobre o desemprego

Rico se dedica a projetos pessoais,
classe média faz frila,
pobre faz bico.

Cena carioca

Onze e meia da noite. A van chega à Glória e o cobrador não pára de cantar o mantra "Copacabana, Vidigal, Rocinha, vai?!"

Alguém faz sinal logo à frente. Mais uma vez "copacabana, Vidigal, Rocinha, vai?". O carro para, a porta abre. A moça que havia feito o sinal pergunta: "vai pra rocinha?"

Mais uma vez "Rocinha? Vai!".

"E pra cama comigo?"

"Ih, mete o pé, piloto! É traveco, é traveco!!!"

A porta fecha, a gargalhada surge, o carro acelera.

"Copacabana, Vidigal Rocinha, vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai?"

Vote agora

O "Ídolos de Bigode", sobre o qual eu já havia escrito, está concorrendo a melhor blog estranho (blogwurst) do mundo no Bobs (Best of Blogs) da Deustche Welle.

O concurso é uma espécie de Oscar dos blogs. O Pedro Dória, inclusive, já levou o de melhor em português.

Mas, voltando ao assunto, o Ídolos levanta a moral dos bigodudos, aqueles seres que um dia estiveram na moda e que marcaram época. Sem preconceitos históricos, políticos, ideológicos e, principalmente, estéticos, os autores ilustram fotos com comentários bastante divertidos.

Vota neles!

Além de divertidos, são amigos de faculdade. E tem ainda uma questão de patriotismo. Por enquanto, quem está ganhando é um blog argentino. Não dá pra deixar passar, né?

Seria o primeiro blog brasileiro a ganhar em uma categoria internacional.

Cabeça frita

Quer saber quais são os celulares que mais emitem radiação? A lista completa está aqui. A Motorola lidera o ranking disparado. Seis dos oito celulares mais "perigosos" são da empresa americana.

Aos paranóicos de plantão, os autores do ranking, divulgado pela Cnet, alertam que todos foram aprovados pelo FCC, o bota-ordem do Tio Sam.

A lista por fabricantes está aqui.

Gringos in Rio

Adoro o Guardian. Ele faz parte da infinidade e jornais que tento ler diariamente, mas raramente consigo.

Pois na última terça-feira, dia 2, consegui dar uma olhada no site do jornal inglês e me deparei com uma curiosa matéria de turismo. É o "blog by blog guide to Rio". Nada mais nada menos do que uma coletânea de blogs sobre a outrora Cidade Maravilhosa.

Relatos divertidíssimos sobre as aventuras de estrangeiros no Rio. Vai desde a arriscada tentativa de um americano de provar um X-tudo (aka big rotten)ao olhar sobrar as cores do Rio de um outro americano radicado no Rio, que não se cansa de falar "little pumpkins" (isso mesmo! Abobrinhas).

Vale a pena ler para saber como tratamos os turistas e como eles percebem nossas manias e preconceitos.

Por falar em história...

O Pedro Dória está escrevendo um livro sobre a história do Rio. O primeiro capítulo pode ser lido aqui.

Grandes bandidos de todos os tempos

Um foi preso por pregar a democracia, outro, detido por dizer que a igualdade racial deveria imperar em seu país. Ainda tem o que afirmou sermos todos responsáveis pela vida coletiva.

Conheça aqui os maiores "criminosos" da história da humanidade.

Site mostra a história das guerras

O nome já diz tudo: Maps of War. O site mostra, em animações em flash, as guerras que fizeram do mundo, mundo, os impérios nascidos e mortos e por aí vai.

Bastante interessante e excelente ferramenta para tirar dúvidas rápidas sobre até onde foi esse e aquele domínio estrangeiro.

O mapa das expansões religiosas, por exemplo, segue abaixo:

A minha hora vai chegar...

Se no dia 15 de julho de 2031 vocês lerem a notícia do assassinato de um comerciante e sua cliente, não se preocupem. O criminoso logo será preso e declarado culpado. Sua sentença? A morte, graças às novas leis.

Nesse dia, eu morrerei. Eu matei.

Mas depois vocês saberão que, na verdade, eu era inocente. Apenas estava no lugar errado na hora errada. O problema é que eu vou sustentar que sou inocente até me levarem para o outro lado.

Agora que já resolvi uma das grandes questões da humanidade --saber quando e como morrerei--, posso viver tranquilo.

A brincadeira, de péssimo gosto, é do site Estás Muerto.

Para quem é pai e precisa de trocados

Se você é pai e está precisando de uns dólares, pode cobrar um dote do pretendente de sua filha. Sim, um site (onde mais além da internet isso poderia acontecer?) oferece o serviço de "casamenteiro". O pai da moça diz quanto ela vale e espera propostas. De acordo com os donos da página, cada menina recebe, em média, 50 sondagens.

O valor do dote chega a 100 mil dólares, como é o caso de Hailey N., de 16 anos. Ela quer ser atriz e espera que o marido possa ajudá-la a realizar seu sonho.

Percebe-se que quanto mais nova, mais cara, e quanto mais independente a mulher quiser ser, menor o seu dote. A Cheyenne B, por exemplo, é descrita como uma pessoa que teve desejos não-cristãos, seja lá o que signifique isso (provavelmente, é uma adolescente normal). Vale meros cinco mil dólares.

A proposta deve ser feita apenas com o primeiro nome do candidato a marido e sem especficar a idade. É permitido somente citar a faixa etária ("uns 20 anos"). Foto, nem pensar. Se a família (sempre ela, nunca a moça em questão) quiser, ela pedirá.

Tudo em nome da objetividade na escolha, que também se baseia numa redação de até mil palavras. Obviamente, sem qualquer conteúdo sexual. Respeito é bom e os pais gostam.

E por falar neles, todos parecem contentes nos testemunhos. Não pela felicidade da filha, mas pela riqueza que ela obteve. A dona James P. (onde já se viu mulher de deus ter nome próprio?) diz que a filha Mary, de 15 anos, nunca foi muito popular na escola. Daí que decidiram casá-la pelo site. E não é que deu certo? "Nossa casa está muito mais alegre e nós amamos nossa piscina nova e a jacuzzi! Já dissemos à mais nova que, assim que completar 15 anos, será a próxima".

Enquanto isso, a Nancy A. garante que tomou a decisão certa ao casar com o marido escolhido pelos pais. "Minha mãe achou que eu estava ficando 'madura` demais e que eu deveria me casar logo, antes que perdesse minha pureza para algum menino da escola. O site encontrou um marido para mim e meus pais conseguiram manter a casa e pagar as contas médicas da minha mãe. Fiquei tão orgulhosa de poder ajudá-los... Casar na minha idade (16) tem uma série de vantagens, como meu próprio cartão de crédito".

Se é ilegal o cara vender a própria filha? De acordo com a FAQ, não, uma vez que nos EUA (onde mais?) qualquer mulher pode casar a partir dos 13 anos, desde que com o consentimento dos pais. Além disso, os casamentos arranjados são previstos pela Bíblia, logo, legais (a lógica é essa mesma).

Dá uma olhada aqui. E que Deus abençoe a todos.

Porém,

a idéia, aparentemente, não passa de mais uma das peças pregadas por espertalhões. Mas fez sucesso. Segundo o NY Times, o site já teve 20 milhões de visitas -- o que deve ter rendido uns trocados para os criadores, dada a existência de anúncios.

O problema é que o criador, um tal de Mr. Ordover, um fã do nudismo,

Do poder do photoshop

Aqueles que ainda não acreditam no poder do photoshop nas fotos das celebridades, por favor, cliquem aqui. Em seguida, em Portfolio. Depois em qualquer um dos rostos que aparecer. Daí, é só passar o mouse sobre a fotografia.

Tomou?

Malandros...

Ontem, a Folha de S.Paulo fez uma enquetecom senadores. Perguntou se votariam pela cassação ou pela absolvição do presidente da Casa, Renan Calheiros. O jornal registrou 43 votos a favor da absolvição --dois a mais que o necessário para tirar Calheiros do cargo mais alto do Senado.

Pois bem, apenas 35 agiram da mesma forma que declararam. Oito a menos. Temos então oito metidos a malandros em Brasília. Quer dizer, ao menos oito. Que não têm coragem de dizer em público o que pensam aos eleitores, as mesmas pessoas a quem devem estarem na capital.

Extra!

Das capas de jornal produzidas hoje, dia seguinte à absolvição de Renan Calheiros, a do Extra, definitivamente é a melhor. Passa toda a mensagem com o toque de humor necessário para encarar todo episódio.

Um pint e uma milha

Notícia bastante interessante da Blooberg: ingleses e irlandeses, grande beberrões, vão poder continuar a tomar seu pint (aquele copo de quase 500ml) de cerveja a algumas milhas de casa.

Não que estivessem proibidos, mas a União Européia queria unificar o sistema métrico do grupo, extinguindo os pints (que passariam a ser chamados de copos de meio litro) e as milhas (uma equivale a 1,6 km). Desistiu

O recuo "honra a cultura e as tradições do Reino Unido e da Irlanda", disse o comissário para a Indústria da UE, Guenter Verheugen.

Ou seja, Guiness's pints for all!

Argentina: milícia na arquibancada

O jornal argentino Olé reporta hoje que a polícia de Buenos Aires prendeu 127 torcedores do River Plate por desacato à autoridade. Os policiais foram à sede da organizada, lá chamada de barrabrava, "Borrachos del Tablón" (Bêbados da arquibancada) para evitar uma briga dela com outras torcidas do time portenho. Os torcedores disputam barracas de bebida e o controle dos estacionamentos no entorno do Monumental de Nuñez, estádio do clube.

Algo bem parecido com o que fazem as milícias por aqui.

Não é difícil que a moda pegue no Brasil, principalmente no Rio, no momento em que Botafogo, Flamengo e Fluminense começam a ter seus estádios.

Fim do projeto?

O Tutty Vazquez, humorista de primeira, estreou hoje coluna-blog no Estadão. Até aí, boa notícia.

A má é que Tutty era editor do Nomínimo, portal de colunistas e blogueiros de excelente qualidade, que foi desativado há cerca de dois meses. Quando o projeto chegou ao fim, o próprio editor afirmou que torcia pela reativação do site em breve, com novos patrocinadores.

Porém, o novo emprego deve sinalizar um certo cansaço nas buscas por dinheiro. Ou seja, o Nomínimo, ex- NO., deve ter sido enterrado de vez.

Telefone caro

A colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, publica hoje que a Presidência da República vai fazer licitação para serviços de telefonia de nacionais e internacionais. O órgão e suas secretarias gastam, em média, R$ 130 mil em interurbanos e DDIs por mês.

Entre as concorrentes, empresas de telefonia fixa. Atualmente, Embratel e Brasil Telecom dividem a conta.

Aí pergunto: será que incluíram serviços de Voip no edital? Ou acreditam ser melhor pagar tarifas normais, até dez vezes mais caras?

Mupets

Fato. Está na moda fazer versões de clipes. Este aí é de Computer World, do Karftwerk, com participação dos mupets.

Dinheiro constrói castelos...

literalmente.



Ainda desconheço o nome do artista, que, além do Brasil, conhece a França.



via haha.nu

É carnaval!

Na verdade, ainda falta um pouco, mas o amigo Rafael Lemos já começou a cobertura da festa. No recém-lançado Carnavalesco, ele conta os preparativos das escolas de samba de todos os grupos para a folia. Vale a pena dar uma olhada.

É isso mesmo?

Alguns norte-americanos não conseguem apontar onde fica o próprio país no mapa. Miss Carolina do Sul, por que isso acontece?

"Porque os americanos deveriam ajudar a África do Sul e o Iraque". (??????)




Em palavras: “I personaly belive that U.S Americans are unable to do so because uh Osama… people out there in our nation that don’t have bounds and I belive that uh uh our education like such as and south Africa and Iraq everywere like such as and… I belive that they should Our education over here in the U.S should help the U.S err should help South Africa and should help Iraq and foregoin countries so we will be able to build up our future”

Descobriram

Uma equipe de cientistas, utilizando avançados métodos de pesquisa, conseguiu descobrir o que se passava pela cabeça da Miss South Carolina.

Mãe moderna

Sasha, a filha da Xuxa, completou nove anos no último fim de semana com uma grande festa. Nas caixas de som e no palco, muito funk. Um dos cantores (ou MCs) convidados era o nada infantil Mr Catra, autor de pérolas como "ela mama meu ganso" e "adultério".

Catra não é do tipo que escorrega e diz que suas letras possuem duplo sentido. Sua poesia é, digamos, direta. Ou a Xuxa acredita que os versos de "adultério" "na 4x4 a gente zoa/whisky, red bull/ muita mulher boa/o pau ficando duro/o bagulho tá sério/ vai rolar o adultério" possuem alguma conotação infantil?

Mas, para quem já fez softcore com criança isso não é nada. né? A pós-modernidade é isso aí.

Mãos!

Sensacional versão do clipe de Harder, better, faster, stronger, do Daft Punk. Curioso perceber também que o vídeo alternativo já foi mais assistido que o original.

Tropa de elite

Não resisti ao marketing viral e acabei fazendo também o download do Tropa de Elite. No fim das contas, um bom filme, mas com algumas falhas.

Na verdade, acho que se concentraram demais num aspecto batido dos filmes polícia-bandido brasileiros --a violência policial. É aquela velha história: policiais torturando moradores de favelas, recebendo propinas de Deus e o mundo, comandante que manda limpar ocorrências para não ser repreendido pelo secretário de segurança, etc.

Não que isso não deva ser mostrado --muito pelo contrário. Contudo, como o filme foi inspirado em livro de nome parecido (Elite da tropa), acredito que deixaram a melhor parte de fora. O que faz os policiais do Bope tão violentos e determinados? O treinamento a que são submetidos os aspirantes a soldado do batalhão. Noites em claro, espancamentos, gritos, missões exaustivas... Isso preencheu cerca de 20% de tempo de filme, sendo que as cenas mais fortes das páginas não ficaram assim tão tensas na tela.

Os diretores preferiram se concentrar no aspecto pessoal dos policiais -três no filme e no livro. Um comandante do batalhão, nervoso pela expectativa de nascimento do filho combinada ao seu trabalho; e dois aspirantes. Mostram como é duro ser policial e honesto no Rio. Como não se pode dar um passo sem pensar e como se dão os esquemas de vingança e rivalidades da PM.

E também a velha contradição da classe média. Por um lado, ela compra maconha e cocaína de traficantes, seres tão violentos quanto os policiais, e por outro reclama somente da ação da polícia. Tudo claro, com um ar intelectual. No filme, toques de Vigiar e Punir, de Foucault.

Há histórias, porém, que ficam sem explicação. Ninguém sabe como acabou o coronel Fábio, que, para fugir do comandante de seu batalhão, desconfiado de que ele o passara para trás no esquema de corrupção, se alista no Bope. O treinamento, porém, é anti-corruptos e o coronel desiste da empreitada. Ele era envolvido com cafetões de Copacabana. Ele morreu, foi transferido ou voltou a pedir a velha cervejinha para autorizar o funcionamento de boates?

Outra história que fica sem explicação é a do copiador da PUC, que revendia maconha, trazida da favela por um aluno. Ele é pego por um policial-aluno, que o repreende e sai gritando "vem comigo, vem comigo". Que fim levou o jovem? Preso? Assassinado? Esculachado?

Apesar das falhas e clichês, vale a pena ver o filme. Ainda mais no cinema, já que a produtora tem dito que a versão que circula pela internet e, obviamente, camelôs, não é a final. Dada a disseminação de cópias, acredito que o cinema receba mesmo uma "versão do diretor" para compensar a pirataria.

O mundo em vídeo

Mais um vídeo do Matt, provavelmente o cara mais sortudo do planeta (para que não sabe, ele ganhou muito dinheiro para viajar ao redor do mundo com uma única condição: dançar nos principais pontos turísticos de cada país). Abaixo, um vídeo com erros de gravação e comentários do próprio Matt sobre as encenações.

Atenção para a felicidade das crianças africanas em contraste com o mau humor dos gregos e japoneses.

Supremo é software livre

O Fausto notou algo bem interessante. Os ministros do Supremo Tribunal Federal, que decidem se julgam ou não o mensalão, usam gaim. Sim, o comunicador instantâneo de código livre, capaz de unir todos os outros mensageiros (MSN, ICQ, GTalk, Yahoo) num só programa.

Dá mole usam Linux também. Para baixar o gaim, clique aqui.

Conselho: não abra uma ONG

Tem gente que sonha em abrir uma ONG para ajudar as pessoas, o meio ambiente etc... A maioria, porém, não pensa nos poréns de tudo isso -o trabalho que dá, a falta de dinheiro entre outros problemas.

É o que lembra o pediatra Lauro Monteiro, fundador da Abrapia, uma das principais ONGs de defesa da criança, em entrevista que fiz. Em resumo, é isso aqui: "Depois de muita briga, decidi parar de procurar apoio. Meu conselho hoje em dia aos idealistas é "não abra uma ONG". O Estado não quer apoiar, as empresas também não".

A conversa toda está aqui.

Email é coisa de velho

A Pew Research, uma das maiores empresas de pesquisa dos EUA, divulgou um estudo (em power point)que acompanha o avanço de programas e equipamentos de tecnologia durante a vida de adolescentes. É impressionante a velocidade de desenvolvimento. Para os adolescentes de hoje, o bom email é coisa de velho.

O exemplo utilizado é o de um adolescente de 17 anos. Quando ele nasceu, em 1990, surgia a wwww. Aos seis anos, já poderia usar o ICQ, aos nove, o Napster e, aos 11, acessar a wikipedia para pesquisas escolares. Aos 14, ele passa a colocar suas fotos no flickr e aos 15, seus vídeos no Youtube. Hoje, o jovem adota avatares em suas vidas virtuais. Sim, vidas, no plural.

A pesquisa traz curiosidades. Entre elas, a de que os adolescentes norte-americanos, acostumados com altas velocidades de resposta, consideram email coisa de velho. Para eles, a comunicação se dá via redes de relacionamento (por lá, MySpace, o equivalente gringo do Orkut) e MSN.

A maioria acredita que a internet é local de produção de conteúdo e não só de leitura, o que reflete no alto número de "teens" que possuem algum tipo de site onde postam suas iniciativas -20% dos entrevistados, por exemplo, possuem blog. O percentual é semelhante ao de jovens que remixam conteúdos.

O futuro é esse aí...

Geografia simpsoniana

Um belga viciado em gente amarela desenhou um mapa de springfield, a cidade dos Simpsons. A carta geográfica é antiga e, portanto, deve precisar de atualização, mas, ainda assim, é curiosa. Clicando na imagem acima, é possível visualizar melhor.

Ela está dividida em nove áreas, a partir das quais pode-se ter uma idéia, mesmo vaga, dos lugares por onde andam Homer e família.

O dia em que integrarem o mapa a clips dos episódios, para situar o visitante, será, certamente, uma das páginas mais acessadas do mundo.

D'oh!

Troca-troca

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, vai subsidiar as passagens de ônibus dos londrinos que recebem ajuda do assistência social -umas 250 mil pessoas, segundo o Financial Times. O montante da ajuda vai somar cerca de 14 milhões de libras.

Em troca, o bolivariano pediu ajuda aos funcionários da prefeitura de Londres para organizar o trânsito de suas principais cidades.

Esse mundo anda mesmo de pernas pro ar. A Venezuela, país de terceiro mundo, ajudando a poderosa Inglaterra. O que o ouro negro não faz...

Haja caloria

Está de dieta? Quer saber quantas calorias e percentuais de gordura qualquer comida tem? Vai no Calorifica.

Basta escrever o nome, em inglês, do alimento e terás uma tabela informativa. Há, inclusive, uma lista pela marca da comida. Um hamburger do McDonalds, por exemplo, tem 257 Kcals.

Futebol: violência está na internet

Alguns jornais publicaram as ameaças que circulam pelo orkut de palmeirenses em relação a flamenguistas. Os paulistas avisam que haverá confusão no fim de semana, quando as duas equipes se enfrentam. Seria uma retaliação ao ataque de maio, quando rubro-negros emboscaram ônibus da torcida paulista na Dutra. Um palmeirense morreu. O boato afirma que o falecido além de membro da Mancha Verde, organizada do clube, era do PCC, o que tornaria o problema ainda maior.

O confronto é citado no documentário "Teh real football factories", transmitido por um canal inglês. A versão brasileira da pancadria pode ser assistida aqui. Ou abaixo. O vídeo tem 45 minutos.

5s

Cinco segundos é o tempo necessário para doar sangue na Espanha. E também a duração de uma campanha online muito boa. Veja aqui.

De pixel em pixel

Se a tela inicial do Google fosse preta ao invés de branca, a economia de energia no mundo seria gigantesca.

Isso porque um monitor normal consome 62 watts por hora quando o fundo é negro e 66 quando branco (os dados podem ser lidos aqui).

Daí que uma empresa australiana, a Heap Media, fez as contas e descobriu que caso o Google adotasse o preto como cor padrão desde sua criação, a humanidade já teria economizado 148,004.001 watts. Nos meus cálculos, dez capacidades instaladas de Itaipu.

Para incentivar os ecológicos, a companhia-canguru criou a versão negra do google: blackle. A idéia é que se todos derem sua contribuição utilizando a nova versão, haverá economia de energia e, por conseguinte, de emissão de gases poluentes.

Ontem e hoje

Lembro dos anúncios abaixo. Meu pai já foi fanático por computador, comemorou muito quando conseguiu programar um relógio na tela preta com letras verdes da nossa primeira máquina. A linguagem era a basic, talvez. Não recordo. Mas lembro dos anúncios, que mostram como as coisas evoluíram. Se um dia 51 megas de disco rígido era algo espetacular, hoje escrevo de um laptop (essa palavra nem devia existir na época do anúncio) com 120 GB de HD e 2 GB de memória. E tenho medo de muito em breve ele ficar lento, dada a quantidade de filmes, músicas e outras porcarias.





HOJE

16:35

Após um longo inverno, estou de volta, ainda que muito rapidamente. É para recomendar outro blog, o 16:35, do amigo Rafael Andrade, fotógrafo com passagens pelo JB, Globo e atualmente na Folha. Lá o Ling, como também é conhecido, fala da produção de suas fotos, algumas capas do jornal paulista recentemente.

É dele a foto abaixo.

Novo concurso

Depois das sete maravilhas de concreto, chegou a vez das sete maravilhas naturais. A mesma fundação que realizou a campanha que levou o Cristo Redentor a ser um ícone mundial ainda mais reconhecido decidiu organizar uma versão natural do concurso.

Há várias categorias e o brasil é forte candidato em "Queda d´agua" (Cataratas do Iguaçú), "Reserva animal" (Pantanal e Amazônia), "Floresta" (mata atlântica e amazônia) e "Mundo aquático" (noronha, Arraial, Abrolhos).

Já é possível indicar os candidatos.

Tempos difíceis

Há dias não coloco nada aqui. Pura falta de tempo dada a carga de trabalho absurda. Meu leitor, não fique mal-(h)umorado, prometo que, assim que tiver folga, posto.

Não custa perguntar

No próximo sábado, a praia de Copacabana recebe um dos vários shows do Live Earth, festival que pretende reforçar a idéia de que o efeito estufa está aí e é preciso fazer algo para diminuir seus efeitos. Será o único evento gratuito da série mundial e por isso traz preocupações. Haverá algum tipo de incentivo prático (tirando as falas no microfone) para a reciclagem de todo o lixo que o show vai gerar? Latões seletivos, por exemplo, para que não apenas as latas de alumínio sejam coletadas (dessas cuidam os catadores)?

Afinal, a apresentação acontecerá na praia e vai gerar uma considerável quantidade de lixo.

Era bom alguém ir além da fanfarra...

SShhhh!!!!

Hoje é dia do silêncio nas rádios da internet. Nenhuma delas, desde que baseadas nos EUA, teve programação. O protesto partiu dos EUA, onde uma decisão tomada em março pelo Copyright Royalty Board (CRB), órgão que cuida dos direitos autorais naquele país, manda todas os sites que disponibilizam músicas via streaming a pagar mais pelo uso do copyright.

As rádios tomaram a decisão de protestar pois acreditam que o aumento das taxas, que sempre foram pagas, vai inviabilizar qualquer negócio. No ano passado, elas pagavam 0,0008 dólares por cada música que um ouvinte ouvia. Ou seja, se uma música for executada agora e neste momento mil pessoas a ouvirem na rádio X, ela precisa depositar 80 centavos na conta do CRB, que depois repassará parte do valor a artistas e gravadoras.

Em 2007, o valor subiu para 0,0011. Pode parecer pouco, mas no fim do mês, com uma programação de 24 horas initerruptas, como acontece na internet, a conta é alta. E a receita, baixa.

Há diversas campanhas para quem quiser acompanhar o caso. Aqui estão um e outroexemplo.

Um click errado fez esse post só ser publicado agora

"I want my money!!!"

A nova sensação mirim da internet nos vídeos abaixo. O primeiro, "The Landlord", sucesso na casa do Tio Sam. O segundo, o making of.

Banda larga gilbertiana

Primeiro clipe, mesmo que caseiro (ainda que com a marca Andrucha Waddington), do novo álbum do ministro-cantor (ou cantor-ministro) Gilberto Gil. Ao final, jornalistas, entre eles Jorge Bastos Morenos, do Globo, de onde veio o vídeo e a transcrição da letra.

Pra variar, a letra é excelente e um chamado à inclusão digital.



BANDA LARGA CORDEL

Pôs na boca, provou, cuspiu.
É amargo, não sabe o que perdeu
Tem o gosto de fel, raiz amarga

Quem não vem no cordel banda larga
Vai viver sem saber que o mundo é o seu

Tem um gosto de fel, raiz amarga
Quem não vem no cordel da banda larga
Vai viver sem saber que o mundo é o seu

Uma banda da banda é umbanda
Outra banda da banda é cristã
Outra banda da banda é kabala
Outra banda da banda é koorão

E então, e então, são quantas bandas?
Tantas quantas pedir meu coração
E o meu coração pediu assim só
Bim-bom, bim-bim-bom, bim-bão

Todo mundo na ampla discussão
O neuro-cientista, o economista
Opinião de alguém que está na pista
Opinião de alguém fora da lista
Opinião de alguém que diz não

Ou se alarga essa banda e a banda anda
Mais ligeiro pras bandas do sertão
Ou então não, não adianta nada
Banda vai, banda fica abandonada
Deixada para outra encarnação

Ou então não, não adianta nada
Uma vai outra fica abandonada
Os problemas não terão solução

Piraí, Piraí, Piraí
Piraí bandalargou-se há pouquinho
Piraí infoviabilizou
Os ares do município inteirinho
Por certo que a medida provocou
Um certo vento de redemoinho

Diabo do menino agora quer
Um ipod e um computador novinho
O certo é que o sertão quer navegar
No micro do menino internetinho

O Netinho baiano e bom cantor
Já faz tempo tornou-se um provedor – provedor de acesso
À grande rede www
Esse menino ainda vira um sábio
Contratado do Google, sim sinhô

Diabliu de menino internetinho
Sozinho vai descobrindo o caminho
O rádio fez assim com o seu avô

Rodovia, Hidrovia,
Ferrovia e agora chegando a infovia
Pra alegria de todo o interior.

Meu Brasil, meu Brasil, bem brasileiro
O You Tube chegando aos seus grotões
Veredas dos Sertões, Guimarães Rosa
Ilíadas, Luzíadas, Camões
Rei Salomão no Alto Solimões

O pé da planta, a baba da babosa
Pôs na boca, provou, cuspiu
É amargo, não sabe o que perdeu
É amarga a missão, raiz amarga
Quem vai soltar balão na banda larga
É alguém que ainda não nasceu

É amarga a missão, raiz amarga
Quem vai soltar balão na banda larga
É alguém que ainda não nasceu

Lessig abandona pesquisa e ativismo sobre propriedade intelectual

O professor da Universidade de Stanford Lawrence Lessig, criador da licença Creative Commons, anunciou ontem que mudará sua área de atuação. "Decidi mudar meu trabalho acadêmico e, em breve, meu ativismo, para longe do que me consumiu pelos últimos dez anos, rumo a um novo grupo de temas", disse em seu blog.

O novo foco de seu trabalho será a corrupção. "Não no simples sentido de suborno", explica. O professor quer estudar a influência do dinheiro na tomada de decisões de interesse público.

Lessig afirma não ter mais objetivos dentro da área de propriedade intelectual (PI) e acredita que outras pessoas poderão substituí-lo na batalha pela flexibilização dos copyrights pefeitamente. Além disso, diz que para mudar o problema de direitos autorais, será preciso antes alterar a questão do desvio de rumos da sociedade.

O professor garante que não deixará de promover o Creative Commons, nem de organizar eventos sobre o tema. Porém, não fará mais parte de outras entidades da qual faz parte e também se recusará a falar sobre propriedade intelectual. "Sem dúvida haverá exceções. Mas em geral, a não ser que haja razões muito fortes, não aceitarei convites para falar sobre temas que definiram meu trabalho na última década".

O blog de Lessig continuará ativo, mas os posts seguirão os novos rumos do autor. Seguindo a idéia que sempre defendeu, ele deixará todas suas palestras disponíveis para remixagem em no site ccMixter.

Água salgada

o egipcio nao, foi a praia de short - comprado num brecho especialmente para a ocasiao - sapato social e meia puxada la em cima. Tudo muito normal. Na praia ele relutou bastante antes de tirar os sapatos por nao ter reconhecido a areia, apesar da longa faixa de areia bem branquinha. "Isso nao eh areia, eh sal".

O ruandes, em seu primeiro contato na vida com o mar, foi na mesma direcao. Correu saltitante, mergulhou e disse com estranheza: "Essa agua eh salgada", nunca tinha ouvido falar nada a respeito. Passou o dia de cueca (aquelas tipo shortinho) como se fosse a coisa mais natural do mundo.

A muculmana do grupo nao tirou a roupa

Mais histórias de globalização ao vivo no blog da Sabrina.

Vigilância proíbe mistura de azeite

Os restaurantes cariocas não podem mais oferecer azeites temperados. A notícia me foi dada pelo garçom da Fiametta do Plaza Shopping (ex-off-price)na noite de sábado. Ao pedir uma garrafa de azeite com cebola, alho e outros condimentos para molhar minha pizza, o garçom me informou que o temperp não constava mais no cardápio. "A vigilância sanitária nos proibiu de oferecer qualquer produto que não venha lacrado de fábrica", lamentou.

Segundo ele, a razão é a possibilidade de falta de higiene na manipulação do produto.

Já é a segunda vez que a Vigilância Sanitária implica com os azeites. Há um tempo, na onda de evitar adulterações, chegou a ordenar que os óleos de azeitona fossem servidos em sachês, como acontece com ketchups e mostardas. Felizmente, a ordem não pegou e foi revogada.

Repórter ganha banho de cerveja

Vejam o que teve de aguentar o pobre repórter Pinto, da CNN, na final da FA Cup, a Copa da Inglaterra, na reabertura de Wembley, este ano.

Ah, se fosse o Chávez...

O primeiro-ministro da Inglaterra, Tony Blair, deu ontem uma bronca na imprensa de seu país. Chamou-a de crítica demais. O Independent foi classificado de "besta furiosa".

Obviamente, os jornais se irritaram profundamente. Faz parte do jogo. Mas por aqui nada se lê ou se ouve. Já se fosse o Chávez...

Não que o venezuelano seja gente boa, mas equilíbrio sempre é bom.

O que o mundo come

Ensaio interessante hoje na Time. Dezesseis fotos mostram o que famílias de diversas partes do mundo comem em uma semana. A composição faz parte do livro "Hungry planet", de Peter Menzel and Faith D'Aluisio.

É interessante notar as diferenças. Algo que percebi: quanto mais rico um país, menos frutas, cereais e legumes e mais plásticos e comidas prontas. Outra: a maioria das fotos foi tirada na cozinha das famílias, o que torna observação ainda mais interessante. A quantidade de eletrodomésticos varia muito. Além disso, é legal notar a quantidade de pessoas em cada. Afinal, família em alguns lugares é mãe, pai e filho. Em outros, há ainda os tios, avós, primos...

A foto de uma família americana da Carolina do Norte (acima) é assustadora: pizzas, salgadinhos, sanduíches, congelados são a base. Tudo isso custa US$ 342 dólares por semana.

O susto fica ainda maior se você contrasta com a da família Aboubakar, em um campo de refugiados na África. Ela come algumas sementes e uma garrafa d´agua por semana. Com o altíssimo custo de US$ 1,23.

E tem também a família alemã Melander , onde a quantidade de garrafas de cerveja é incomparável, fazendo jus à fama do país. Não a toa gastam US$ 500 por semana com alimentação.

Primeiro Mundo latino

Depois de tanta crise, os argentinos vão encher o peito para falar de mais essa:

"Internet chega a 97% dos meninos de rua de Buenos Aires". É pra acabar com essa história de que eles não são mais o primeiro mundo da América Latina (ou a América Latina do primeiro mundo).

Resumindo: a molecada de BsAs, ao invés de ir jogar bola, pega os trocados que ganha na rua e vai para os locutórios (em português, lan-house ou cybercafé), que estão espalhados pela cidade. Quem sabe daqui a alguns anos não surge um Maradona da computação?

Estandarte da paixão

Ainda na onda comemorativa, um pouco de Nelson Rodrigues, em uma crônica no Jornal dos Sports em 3 de dezembro de 1959:

"Outras podem ser mais numerosas. Uma torcida, porém, não vale a pena pela sua expressão numérica. Ela vive e influi no destino das batalhas pela força do sentimento. E a torcida tricolor leva um imperecível estandarte de paixão".

Antes tarde...

E não é que a sina do "timinho" se repetiu?

Novas profissões

Um amigo recentemente me enviou uma oferta de emrpego interessante. Inovadora, eu diria. Era para ser "artista de sanduíche".

Após muitas piadas na lista na qual ele postou a oportunidade, fiz uma busca e descobri que aquelas pessoas que montam seu sanduba, aquela mesma que empilha o queijo com o presunto y otras cositas más, agora tem esse nome.

Com a experiência acumulada aqui em casa, acho até que posso me candidatar.

Será o fim?

Sites de jornalismo só dão prejuízo. Ou então todos eles sofrem de má gestão. Desde pequenos e alternativos, cheios de jovens cheios de idéias, aos grandes, em tamanho, acesso, número de jornalistas e prestígio.

A Rets, a Revista do Terceiro Setor, está moribunda. Para fazer frente à crise financeira de sua mãe, a Rits, houve cortes na equipe e o volume de notícias diminuiu bastante. Ainda assim, continua lá.

A Carta Maior, que se diz de esquerda, também está na corda-bamba. Já fez editorial pedindo ajuda, não adiantou, mas continua lá.

Agora é a vez do NoMínimo. Como eles mesmos dizem em editorial publicado hoje, são o "site de jornalistas, modéstia à parte, de maior prestígio no país". Pois bem, o principal patrocinador decidiu pular fora (como nos dois casos anteriores) e agora, depois de muito rodarem com o pires na mão, os editores estão arrancando cabelos. Já anunciaram: se ninguém colocar um qualquer por lá até o fim do mês, a partir de julho a atualização vai ser interrompida.

E como diria o Tutty Vasques, em sua coluna-lamento, "um projeto bacana, de gente legal, contas enxutas, situação fiscal impecável, cheio de prestígio na praça, descolado de corriolas, feito com felicidade... Francamente, sem brincadeira, imagina se um troço desses – que não é nenhuma invenção do call center, por exemplo - tem futuro no Brasil. Peralá!"

Muito triste isso...

Calvin

Quadrinhos

A tira aí de cima é da Mafalda. Tirei do blog "Clube da Mafalda". Sou fã da garota argentina, assim como do Calvin e do Charlie Brown. O mundo dos blogs, há tempos os publica. Graças a deus.