quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Cena carioca
Sinal fechado, 19 horas, Copacabana. A esquina lotada espera que o homem verde aparecer no semáforo para cruzar a pista. Todos ansiosos, querem chegar em casa. A pé, de bicicleta, de ônibus. A esquina está cada vez mais lotada faz alguns pisarem na rua. Um muxoxo --tsc, tsc-- pelo empurrão.
Alguém pega um cigarro. Quer relaxar, fazer o tempo passar enquanto carros e ônibus se sucedem na rua. O isqueiro, a chama, o primeiro trago, a primeira baforada. Um relaxamento. Logo adiante, outro muxoxo.
Uma tosse.
Um cuspe.
Um grito: "essa fumaça toda! Assim não dá!"
Outra tosse.
Outra cusparada.
Mais uma baforada despreocupada.
Um desabafo: "meu pulmão não é pinico! Vai fumar dentro de casa, desgraçada".
O sinal abre, todos atravessam com passos rápidos. A fumante toma a dianteira. O incomodado continua reclamando.
E todos seguem até a próxima esquina e a próxima reclamação.
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