segunda-feira, 26 de março de 2007

Escravos da dívida


Não só aqui no Brasil as pessoas andam endividadas. Nos EUA, o consumo desenfreado, abastecido pela facilidade de crédito, tem levado a classe média à bancarrota. O resultado são empréstimos para pagar empréstimos, que levam os bancos ao paraíso ao mesmo tempo em que as financeiras, vez ou outra, criam pânico por medo de calote.

É o que mostram duas matérias do Alternet, site "progressista" dos EUA. Diz um dos textos que enquanto os salários tiveram aumento real de 1% nos últimos anos, as dívidas cresceram 1000%. "Como resultado, não poupamos mais. Não temos escolha a não ser continuar gastando até nosso crédito se exaurir e não termos nada", diz o capítulo do livro Maxed Out, de James D. Scurlock. Há um longa-metragem de mesmo nome que mostra o drama das famílias endividadas.

Scurlock afirma que hoje a taxa de falência familiar é dez vezes maior do que durante a Grande Depressão, nos anos 30. Ou seja, em algum momento, a financeira deixa de receber a hipoteca da casa ou a parcela de pagamento. As instituições não pedem muitas garantias, ao contrário das brasileiras. Emprestam e depois cobram. Se não pagarem, já era. Essa foi uma das causas do pânico das bolsas há algumas semanas. Se as financeiras ficam sem dinheiro, os empréstimos diminuem, os americanos compram menos e a economia mundial tropeça.

Mas por quê isso acontece? De acordo com o autor, irresponsabilidade financeira aliada ao incentivo a sonhos inalcançáveis e a empréstimos fáceis de instituições de crédito duvidosas e extorsivas. Um empréstimo de 3200 dólares pode facilmente ser quitado por seis mil, diz o norte-americano.

Reconhece algo que acontece por aqui? Isso pode dar certo?

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