quinta-feira, 19 de abril de 2007

Novo caminho?

"As lan houses representam uma iniciativa auto-sustentável, que está ajudando a diminuir a exclusão digital no mundo em desenvolvimento, em especial a daqueles que mais precisam".
Quem diz é Ronaldo Lemos, professor da FGV-Rio e presidente do Creative Commons (dia desses escrevo sobre isso). Lemos, nos últimos meses, fez uma pesquisa sobre as novas iniciativas culturais ligadas à internet e inovações relacionadas à propriedade intelectual no Brasil.

Uma de suas descobertas foi justamente que as LAN Houses, normalmente vistas como lugar apenas de diversão, uma espécie de fliperama avançado, servem como instrumento de inclusão. E poderiam servir ainda mais. O argumento é simples: o grande problema dos projetos de inclusão digital é atrair moradores ao mesmo tempo em que garantem sustentabilidade. Afinal, o que não falta é telecentro fechando assim que o dinheiro do governo acaba. As LAN Houses, iniciativas privadas nascidas nas próprias comunidades, conhecem bem seu público e seu poder aquisitivo. O público quer jogo e comunicação (MSN, Orkut etc)com um preço que pode pagar. A hora de uso, então, não passa de R$ 1. Não por acaso, as houses vivem lotadas.

Os críticos perguntam: e os fatores educacionais, políticos etc? Lemos responde com uma sugestão que acredito ainda não ter sido testada: "as lan houses podem ir além, podem desenvolver e usar ferramentas sociais para promover e desenvolver atividades culturais de suas próprias comunidades". Por que não, então, utilizar os horários ociosos desses espaços (geralmente, os horários escolares) para dar aulas de informática, reunir as pessoas para discussões, entre outras possibilidades?

Tudo isso com um investimento que já está pago. Não é substituir os telecentros, mas aproveitar espaços com baixo investimento. Fica a pergunta...

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